O que eu sou então? Acho que sou uma máquina, uma simples integrante do planeta em que vivo.
Tenho sentimentos como uma humana, sinto raiva, inveja, ciúmes, alegrias e tristezas, mas não sinto... amor. Digo, eu gosto das pessoas que me cercam e me fazem bem, sinto por elas saudade e um afeto que, diga-se de passagem, é bem significativo. Mas amor, de amar e apaixonar, acho que esqueceram de implantar em mim.
Ás vezes realmente sinto-me como uma máquina, gelada e vazia. Tenho sensores receptíveis que não são comuns a todos os outros de minha espécie, consigo detectar a pureza da alma, algo que nem eu sou capaz de dizer se a possuo. Não quero me sentir diferente, apenas quero ser eu mesma, na minha infinita diferença. Mas, será mesmo que sou incapaz de me apaixonar e me envolver?. Dizem tanto que esse é o sentimento mais imprescindível da vida e eu, não o sinto? Nunca o senti? O que há de errado comigo? Porque não posso amar como as outras pessoas? Porque não posso vivenciar aquelas incríveis loucuras de amor? Não sou capaz? Será que isso é medo, medo de me machucar ou não querer arriscar minha placa-mãe por algo tão misterioso? Considero-me, na maioria das vezes iludida demais, gosto de acreditar que isso um dia possa vir acontecer comigo, essas coisas de curtos-circuitos de amor, mas, esse dia nunca chega. Será impaciência da minha parte ou realmente estou predestinada a viver como um ser, sem amor?
Analisando os fatos, com bases em todas as estatísticas desenvolvidas até o exato momento, posso dizer que, sou capaz de mencionar o que dentro de mim é existente, portanto Amor, não tenho programas eficientes para te codificar.
Um dia alguém me disse que, apesar da minha aparência um pouco questionável, o que vale é o que a gente tem por dentro, e então concluiu que eu era um objeto de grande valor. Objeto, avaliado e registrado.
Ao sentir as lágrimas descerem sobre a minha gélida e calma face, percebi algo novo, uma informação que precisaria ser anexada, junto aquelas outras lembranças e sentimentos que estavam guardadas dentro da “caixinha”: senti-me especial, e cogitei a possibilidade disso tudo ser uma pretensão enorme de minha parte, me achar incapaz a ponto de ser diferente do resto, só porque não amo! Bom, –pensei- sou fenotipicamente igual às outras pessoas, então, quer dizer que sim, tenho esse poder de amar; acho que ele deve estar só... escondido. Parei naquele momento para pensar sobre a vida, sobre mim e sobre o que realmente esse amor podia fazer comigo.
Depois de algum tempo, revirando e mexendo nas memórias mais profundas de todo o meu circuito, quer dizer, cérebro, percebi que, só posso amar alguém, quando eu infinitamente estiver apaixonada... por mim mesma. E essa tarefa, de se apaixonar por nós mesmos é algo que uma simples junção de aço e cobre não pode realizar. Por que apesar dos sentimentos cotidianos, o que move é aquilo que não se pode explicar ao se sentir. Por exemplo: quando ficamos com raiva, sempre tem um motivo, e quando choramos? Também! E quando amamos? É por que queremos ou precisamos?
Ao enlaçar as chaves do segredo, consegui me libertar daquela resistente proteção de aço inoxidável que cobria o meu coração, podendo me libertar da armadura a qual eu me escondia. Será que agora sou capaz de encontrar aquilo que venho buscando desde a minha ousada descoberta? Espero que sim! Poder esperar e saber que um dia vou possuí-lo, é a maior lição que aprendi disso tudo. Meus dias de máquina chegaram ao fim, finalmente me tornei um ser, humano.
Ao enlaçar as chaves do segredo, consegui me libertar daquela resistente proteção de aço inoxidável que cobria o meu coração, podendo me libertar da armadura a qual eu me escondia. Será que agora sou capaz de encontrar aquilo que venho buscando desde a minha ousada descoberta? Espero que sim! Poder esperar e saber que um dia vou possuí-lo, é a maior lição que aprendi disso tudo. Meus dias de máquina chegaram ao fim, finalmente me tornei um ser, humano.
vc sempre me faz pensar na vida. De um jeito único. Incrível como.
ResponderExcluirte amo.